Escolhi começar a série de postagens sobre as emoções falando sobre a tristeza, um sentimento incompreendido na nossa sociedade da busca incessante pela felicidade.
Como mencionado no post anterior, toda emoção tem sua razão de ser e de fazer parte do nosso repertório comportamental. Via de regra as pessoas sabem dizer que o medo serve para nos proteger, ou que a raiva serve para nos defender, mas inúmeras vezes perguntei a clientes “para que serve sentir ou demonstrar tristeza?”, e eles não conheciam a resposta.
É necessário lembrar que o ser humano é um “bicho de matilha”: depende do bando para sobreviver. A demonstração de tristeza, no caso de animais gregários, tem a função social de recrutar ajuda, apoio, cuidado. Pense um pouquinho: o que você tem vontade de fazer quando vê uma pessoa querida chorando?
Além disso, a tristeza também tem uma função pessoal: sendo um sentimento que ocorre em situações de perda e luto, ocasiões em que mudanças indesejadas se impuseram sobre nós, a tristeza sinaliza a necessidade de ajuste, de reorganização. Tome como exemplo uma esposa que ficou viúva. Para lidar com essa perda ela precisará se ajustar a um novo estado civil, uma nova organização doméstica, financeira, afetiva… um processo trabalhoso. Para nos ajudar com isso, a tristeza nos coloca num estado corporal propício à reflexão e à introspecção.
Assim, saber conviver com a tristeza é de suma importância, tanto para recrutar apoio e afeto, tão necessários nos momentos difíceis, quanto para nos reorganizar após os baques da vida.
E você, como tem se relacionado com a sua tristeza?