Supervisão em Psicoterapia
- Tatiana Perecin
- 2024-08-15
- Supervisão
O trabalho em psicoterapia clínica é fascinante. No meu caso, foi o casamento da profissão com a paixão. Mas ele tem um outro lado menos adorável: pode se tornar um trabalho muito solitário. A responsabilidade por todas as decisões envolvidas na leitura e condução de casos onde há sofrimento mental intenso, chegando inclusive a envolver risco de vida, pode se tornar uma carga opressiva.
Uma das estratégias que utilizamos para lidar com isso é a formação de redes para a discussão de casos. Nesses grupos encontramos uma vivência compartilhada, troca de experiências, apoio e espaço de aprendizado. A DBT é uma abordagem que discute a importância destes grupos, e é mais familiar aos terapeutas comportamentais, mas eu gosto muito da defesa que o terapeuta existencial Irvin Yalom faz dessa modalidade de apoio em seu livro “Os Desafios da Terapia”, como um poderoso instrumento contra os riscos ocupacionais de nossa profissão.
Ainda assim, às vezes precisamos de um apoio mais específico, alguém que realmente divida conosco as responsabilidades envolvidas nesse fazer, e onde possamos ter o nosso trabalho observado sob um olhar mais crítico, que possa apontar nossos pontos cegos, nossos erros e os pontos a melhorar. E isso é algo que conseguimos ao nos submeter a um processo de supervisão em psicoterapia: uma sessão onde ao invés de discutir nossos assuntos pessoais, discutimos nosso processo de trabalho e os casos que estamos atendendo, um espaço para o “pensar junto”.
Este é um outro serviço que passei a oferecer já há alguns anos, depois de ter terminado a Especialização em Psicoterapia Clínica no ITCR Campinas, e ter passado um ano lá como “anjo” (que é o nome que eles dão para os auxiliares dos supervisores). Neste trabalho recorro, além da minha formação teórica, à experiência de mais de uma década com psicoterapia, tanto em consultório, quanto em CAPS, atendendo doentes mentais graves e crônicos, aliadas a um olhar voltado para o crescimento e desenvolvimento terapêuticos.