Tatiana Perecin - Psicologia Clínica

Autismo e alterações do processamento sensorial

  • Tatiana Perecin
  • 2024-09-23
  • Supervisão
O cérebro autista tem mais sinapses que o do neurotípico, o que resulta num cérebro mais interconectado. Isso faz com que ele funcione diferente.

Uma das áreas onde essa diferença é muito perceptível é a do processamento sensorial.

Um autista pode experimentar:
- sinestesia, quando as diferentes áreas do córtex sensorial são conectadas entre si;
- conexões do córtex sensorial com qualquer outra área do cérebro, resultado em capacidades ou dificuldades idiossincráticas;
- alterações no limiar de percepção de estímulos - hiper ou hipo sensível;
- alterações no limiar de resposta - hiper ou hipo reativo;
- alterações na resposta instintiva eliciada pelo estímulo;
- diferenças nos processos de habituação e dessensibilização.

Tudo isso muda como o autista sente e percebe o mundo, o que por sua vez faz com que os estímulos tenham funções para os autistas que são diferentes daquelas que eles têm para os neurotípicos.

Algo que é prazeroso para neurotípicos pode ser desagradável para autistas, e vice-versa. Essas diferenças impactam diretamente a análise funcional dos comportamentos dos autistas, e pela falta desse entendimento é que muitos psicólogos enfrentam os casos que “não caminham”.

Como sempre, o resumo da ópera é que não dá pra atender autista sem entender de autismo!

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